Farmacêutico salva vida de bebê em Ribeirão do Pinhal
Fonte: Assessoria de Comunicação / CRF-PR
Data de publicação: 15 de julho de 2019
Créditos: Fotos: Arquivo Pessoal / Leandro B. da Silva
Profissional agiu com rapidez e seu preparo, para lidar com uma situação de emergência, fez toda diferença
Era para ser um dia comum, tudo dentro da rotina do farmacêutico, Leandro Bonifácio da Silva, proprietário de Farmácia na cidade de Ribeirão do Pinhal. Mas a quarta-feira, 10/07, reservava um acontecimento que mudaria muitas coisas em sua vida.
Por volta das 14 horas, durante o atendimento a um representante comercial, o farmacêutico foi surpreendo por uma jovem mãe, Ana Cláudia Mendes, 18 anos, que entra na farmácia com o seu bebê de dez meses desacordado, apresentando cor arroxeada e ausência de frequência respiratória. Visivelmente abalada, a mãe entregou seu filho ao farmacêutico e implorou que o socorresse.
Até aqui, toda essa situação é de tirar o fôlego. Se o título desta matéria não desse spoiler e antecipasse o final feliz dessa história, caberia aqui uma pergunta: o farmacêutico está preparado para agir com assertividade em uma situação como a que o Dr. Leandro passou? Para ele, a resposta a essa pergunta é não. O farmacêutico conta que nos quatro anos de graduação não aprendeu técnicas de atendimentos em primeiro socorros. “Infelizmente não temos preparo e nem experiência para situações como essa, que por sinal, estamos sujeitos a todo e qualquer momento. Foi durante a pós-graduação em Farmácia Clínica que tive embasamento em primeiros socorros. Além disso, procuro, rotineiramente, ler artigos e informações relacionadas ao assunto”, conta.
Neste ponto, caberia outra provocação/constatação com relação à profissão: a importância do aprimoramento profissional, a busca constante por conhecimento e a preparação necessária para exercer a profissão.
Mas voltando ao relato voltando do fato: a mãe entregou o filho para Dr. Leandro e relatou que o filho havia engasgado. “Rapidamente levei a criança para a sala de injetáveis e, ao fazer uma análise, constatei que o bebê mantinha pulso e frequência cárdica ativa, porém, não respondia a estímulos. A situação era muito grave. Abri a boca, fiz uma varredura para ver se encontrava o objeto que estava obstruindo as vias aéreas, mas não obtive êxito. A tia que acompanhava a mãe afirmou que a criança teve febre e após virar os olhos, vomitou. Então, entendi que se tratava de um quadro de convulsão e o bebê havia aspirado a secreção”, relatou.
A intervenção que salvaria a vida do bebê inicia a partir de agora. Dr. Leandro solicitou ao representante comercial, Erci Carlos dos Reis, de Londrina, a quem estava atendendo, que o auxiliasse fazendo ventilação boca a boca. A atendente da Farmácia acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), solicitando urgentemente uma ambulância para remoção. “Comecei então, a massagem torácica com intuito de expulsar as secreções e incentivar os pulmões a expandir. Foram longos cinco minutos sem resultado. Pedi, então, ao Erci que sugasse o ar com força trancando o nariz da criança, ao invés de soprar. Imediatamente saiu um bom volume de secreções e o pulmão expandiu”, conta Dr. Leandro, emocionado.
O pequeno bebê retomou a frequência respiratória e respondeu aos estímulos, então, Dr. Leandro constatou que os sinais vitais ficaram estáveis. Com a chegada do SAMU, houve a remoção até o hospital.
Ao final, tudo deu certo. Um dia incomum fechou com chave de ouro, com um ato de coragem, bravura, preparo e fé. O Farmacêutico (sim, com F maiúsculo) tomou à frente da situação e orquestrou toda a manobra que evitou uma tragédia que marcaria para sempre a vida de todos os envolvidos.
Dr. Leandro Bonifácio da Silva é farmacêutico pela Faculdade Dom Bosco - Cornélio Procópio, possui pós-graduação em Farmácia Clinica e Prescrição Farmacêutica. É casado com Fernanda Moreira Dantas, também farmacêutica, pai de dois filhos, Ana Carolina e Matheus, de 12 e 10 anos. Começou muito jovem a trabalhar. Aos 12 anos foi atendente de Farmácia e trabalhava meio período para poder se dedicar aos estudos. Aos 18 anos, iniciou um curso técnico de enfermagem. Após a conclusão, atuou alguns anos em um hospital na cidade de Nova Fátima/PR, foi representante comercial e após adquiriu uma pequena Farmácia em Ribeirão do Pinhal, onde reside. Os negócios prosperaram, e ao longo de 10 anos, após a aquisição da primeira Farmácia, abriu mais três e uma com manipulação.
“Acredito muito na valorização do farmacêutico em todas as suas áreas de atuação. Como profissional do medicamento, para atuar na Farmácia Comunitária, é indispensável a busca pela informação e atualização constante do vasto campo da farmacologia. Porém, percebo que uma base sólida na área clinica é extremamente importante para o acompanhamento farmacoterapêutico e habilitar o profissional para enfrentar situações como essa que aconteceu dentro da minha Farmácia. Depois de tudo isso que ocorreu, me dei conta do quanto que precisamos estar preparados para toda e qualquer situação. Nunca sabemos quando precisaremos usar os conhecimentos para salvar uma vida. Também quero buscar mais conhecimentos para agir da melhor forma possível. Me sinto honrado em ser farmacêutico e amo minha profissão!”, destacou.
O CRF-PR evidencia casos como o do Dr. Leandro para mostrar à população a importância de um farmacêutico preparado e devidamente habilitado em todas as Farmácias do Paraná. Um profissional da saúde capacitado está pronto para lidar com situações de emergência, realizar manobras necessárias e encaminhar o paciente para o melhor atendimento possível. Com um trabalho multidisciplinar, envolvendo todas as áreas da saúde, a população fica amparada com segurança, qualidade e eficiência.