Alerta sobre o sarampo
Fonte: SESA-PR
Data de publicação: 29 de agosto de 2019
Farmacêutico, fique atento ao sarampo!
Já que é o estabelecimento de saúde mais próximo da população, a Farmácia pode receber pacientes com indícios de sarampo! Saiba como proceder:
O Sarampo é uma doença infecciosa viral aguda, potencialmente grave, de transmissão aérea, extremamente contagiosa, com risco de complicações graves.
Identifique os sintomas:
- Febre alta (acima de 38,5ºC)
- Tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite
- Manchas de Koplik (pequenos pontos brancos em mucosa oral)
- Exantema maculopapular de distribuição céfalo-caudal (manchas vermelhas em todo o corpo)
ATENÇÃO: pergunte se o paciente esteve no Rio de Janeiro, São Paulo ou Bahia nos últimos tempos. Esses Estados possuem, segundo o Ministério da Saúde, surto ativo de Sarampo.
Se o paciente apresentar todos/alguns sintomas, o encaminhe o mais rápido possível a uma UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE para os exames e tratamento adequado.
Farmacêutico, você é peça fundamental! Com o rápido atendimento, a proliferação do Sarampo no Paraná pode ser controlada.
NOTA TÉCNICA Nº 001/2019 - CVE/DAV/SESA
A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná - SESA/PR, por intermédio da Diretoria de Atenção e Vigilância - DAV, e Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica - CVE, com a confirmação laboratorial do primeiro caso no Paraná, importado do município de São Paulo vem por meio desta enfatizar orientações e condutas frente aos surtos de Sarampo que estão ocorrendo nos Estados da Federação, sobretudo em São Paulo e em outros países.
1. Introdução
O Sarampo é uma doença infecciosa viral aguda, potencialmente grave, de transmissão aérea (secreções de vias aéreas como tossir, espirrar, falar e respirar), extremamente contagiosa, com risco de complicações graves como panencefalite, meningite, miocardite, nefrite, pneumonites, entre outras.
1.1 Definição de Caso Suspeito: Pessoa com febre alta (> 38,SºC), tosse e/ou conza e/ou conjuntivite seguidos de exantema maculopapular de distribuição céfalo-caudal, independentemente da idade e da situação vacinal; ou todo o indivíduo sintomático com história de viagem para regiões de risco nos últimos 30 dias ou de contato com pessoas doentes em locais com circulação do vírus do sarampo no mesmo período.
1.2 Período de transmissibilidade: 6 dias antes e 6 dias após o aparecimento do exantema.
1.3 Período de incubação: Até 21 dias após o contato com o caso suspeito ou confirmado.
2. Principais sinais e sintomas
2.1 Período Prodrômico:
• Febre alta (acima de 38,SºC)
• Tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite
• Manchas de Koplik (pequenos pontos brancos em mucosa oral 24 horas antes do exantema)
2.2 Período Exantemático: Exantema maculopapular de distribuição céfalo-caudal com duração de 9 a 10 dias.
2.3 Complicações: São considerados de maior risco para a ocorrência de complicações as crianças menores de cinco anos, adultos com mais de 20 anos, gestantes com indicações de imunossupressão, como, por exemplo, portadores de leucemia e pacientes que vivem com HIV/AIDS. As complicações devem ser suspeitadas nos pacientes com febre por mais de 3 dias, após o aparecimento do exantema, que é um sinal de alerta indicando o aparecimento de complicações, como infecções respiratórias, otites, doenças diarreicas e neurológicas. Na ocorrência dessas complicações, a hospitalização pode ser necessária, principalmente em crianças desnutridas e em imunocomprometidos. A encefalite aguda, com estimativa de um caso em cada 1.000 pacientes com sarampo, costuma provocar lesões cerebrais graves e definitivas nos acometidos.
3. Diagnóstico
3.1 Diagnóstico laboratorial: O diagnóstico laboratorial é realizado por meio de sorologia para detecção de anticorpos IgM específicos e soroconversão ou aumento de anticorpos IgG, utilizando-se a técnica de ensaio imunoenzimático (ELISA). Amostras coletadas entre o 1 º e o 30º dia do aparecimento do exantema são consideradas amostras oportunas para a sorologia. Os resultados de IgM reagente ou inconclusivo, independentemente da suspeita, devem ser notificados imediatamente para a continuidade da investigação, e a coleta da segunda amostra de sangue, se necessária, poderá ser utilizada para a classificação final dos casos. Ela deverá ser realizada de 15 a 25 dias após a data da primeira coleta. É importante levar em consideração a curva de antígenos e anticorpos da doença. A identificação viral, em amostras de unna e swabs combinados da orofaringe e da nasofaringe pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), tem a finalidade de conhecer o genótipo do vírus, diferenciar um caso autóctone de um caso importado e diferenciar o vírus selvagem do vacinal. Nesses casos a coleta deve ser realizada até o 7º dia, conforme fluxograma do sarampo na página 5.
3.2 Diagnóstico diferencial: É recomendada a investigação de outras doenças exantemáticas febris agudas, entre as quais destacam-se: rubéola, exantema súbito (herpes vírus 6), varicela, escarlatina, eritema infeccioso (parvovírus B 19), febre de chikungunya, Zika vilrus, dengue, enteroviroses e riquetsiose, considerando-se a situação epidemiológica local.
3.3 Tratamento: Não existe tratamento específico para a infecção por sarampo. O tratamento com antibiótico é contraindicado, exceto se houver indicação médica devida à ocorrência de infecções secundárias. Recomenda-se a administração do palmitato de retino] (vitamina A), em todas as crianças de O a 4 anos 11 meses e 29 dias acometidas pelo sarampo, para redução da morbimortalidade e prevenção das complicações pela doença, conforme NI nº 32/2018 - DEVIT/SVS/MS, Oficio Circular nº 27/2018 - CGAN/DAB/SAS/MS e Memo Circular nº 003/2018 - DVVTR/CEPI/SVS/SESA-PR.
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